19.5.09

Ainda há muito o que fazer


Ao londo do semestre duas questões ,ou melhor,duas interdisciplinas me fazem pensar no longo caminho que ainda há a percorrer.São as interdisciplinas de Questões Étnico-raciais na Educação e Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais.
Ao realizar as leituras solicitadas,me deparo com muitas questões que ainda desconhecemos.
Percebo que as leis existem,que amparam o trabalho nessas áreas,mas muito pouco tem sido feito a fim de que essas mesmas leis se concretizem.
No trabalho com crianças com necessidades educacionais especiais, nós como educadores,que de uma hora para outra estamos sujeitas a receber um aluno que requeira cuidado especial,trabalho especial,vamos saber como proceder?Receberemos amparo da escola,ou simplesmente teremos que enfrentar a situação como se o problema fosse só nosso?
Muitas dúvidas e questões nos vêm a cabeça,e no fórum de EPNEE,temos discutido muitos pontos, que de certa forma,nos amedrontam,nos angustiam.Vejo diante dessas trocas,que esses medos são compartilhados.Percebo uma insegurança diante do assunto.
Neste novo fórum,as qustões são" Como é possível avaliar um aluno com deficiência física que não escreve? Que tipo de adaptações são necessárias? Como atender a diversidade no ritmo de cada aluno, considerando que um aluno com dificuldades motoras nos membros superiores, em geral, realiza suas atividades num tempo maior; pense na seguinte situação: seu aluno não fala, mas parece compreender o que você e os colegas dizem, como ajudá-lo a se comunicar? Como trabalhar educação física com pessoas com problemas motores sérios?
Penso que só vamos saber respostas para essas questões,quando nos depararmos com uma situação que requeira,da nossa parte uma resposta imediata.E mesmo assim ,com o passar do tempo,veremos que poderíamos ter feito diferente.
Enfim,estamos tendo nesse semestre a teoria,mas sabemos que na prática as coisas são diferentes.
Destaco um trecho do relato da colega Izolete no fórum recém aberto em EPNEE:" Foi em 2001, eu não sabia e não tinha a menor idéia de como proceder, mas apesar de sua deficiência, eu sabia das reais capacidades da aluna.Ela, apesar de só rabiscar poucas palavra, lia perfeitamente bem. Produções escritas era muito pouco. Aí durante as aulas, quando os outros escreviam em seus cadernos, eu sentava ao lado dela e registrava os exercícios em seu caderno, depois solicitava que ela os lesse para mim e que me dissesse oralmente as respostas. Ela ia falando e eu escrevendo, é claro que isso era feito com dificuldade, pois eu tinha 30 alunos para atender, mas como ela respondia muito bem na parte oral eu precisava estimulá-la e fazer o registro que ela não podia fazer. Também tinha uma caixinha com todas a letras do alfabeto e sempre que eu queria que ela escrevesse algo, eu pedia para que ela montasse a palavra ou a frase solicitada, essa parte também era super tranquila. E através dessas anotações e registros eu avaliava minha aluna.Apesar de ser minha primeira aluna com necessidades educacionais especias, acredito que consegui fazer com que ela progredisse em seu aprendizado, pois na final do ano ela lia fluentemente, porém, pouco escrevia, mas mesmo assim, dentro das suas especificidades, e das suas limitações e pelo progresso feito durante o ano, ela avançou (...)".
Trouxe o relato da colega a fim de constatar o que havia dito anteriormente.
Para muitas dessas perguntas ,só acharemos as respostas quando tivermos de enfrentar uma situção que exija uma ação rápida e eficaz.

2 comentários:

Beatriz disse...

É verdade!! Sempre a teoria vai ser melhor compreendida se ela estiver sendo trabalhada em função de uma prática que temos. Por isso que vocês são privilegiados em função da graduação presencial: Vocês têm práticas e situações observadas que podem dar concretude ao pensamento e discussão formal.
Eu tb tive uma experiência para mim marcante. Uma aluna a distância em um curso de especialização escrevia com muitos erros ortográficos e era muito sintética nas suas colocações. Depois de ter sido aprovada por mim, com evidências de alguma melgora, eu a conheci em um congresso. Ela era tetraplégica e tinha um pauzinho amarrado na sua mão e, com ele, ela escrevia. Para ajudá-la a se locomover, seu pai a levava a todo o lugar. Imaginem o meu estado de choque. Fui falar com ela e cobrei dela porque nunca havia me alertado para o seu problema que tão bem explicava aquilo que sempre reclamei. E ela me disse que as reclamações a faziam se sentir uma aluna normal, e que se esforçava pra me atender. Dai seu crecimento. Um abraço
Bea

Beatriz disse...

Nossa!! Eu quis escrever crescimento!!
Esses teclados nos apunhalam.
Um abraço
Bea